quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A ave que vem de longe tão bela



Estou cética quanto ao amor. De alguma forma eu sei que ele existe e move o mundo com toda a sua beleza e graça – mas não pra mim, pelo menos não hoje. Nisso fico tentando imaginar o porquê de ser tão difícil encontrar-lo já que ele está em tudo e em todos, pelo menos é o que tentam transmitir sublinarmente os filmes, novelas e até as músicas – ‘All you need is love’, mas como possuir algo que não conseguimos controlar?-.

Isso pode parecer ridículo, mas é (a meu ver) uma coisa a se pensar. Entretanto, será que o amor é algo pra ser possuído, pra ser dividido ou apenas pra ser sentido? Os três (ou talvez nenhum). O amor não é um cálculo matemático que possa ser explicado em poucas palavras, muito mesmo um CD que possa comprado ou emprestado.

Você pode encontrá-lo meio ao acaso em qualquer lugar, onde você menos espera. O problema é: a espera na janela. Como podemos saber que é o certo, que ele vira e quando ele virá?

Talvez vários possíveis ‘amores da nossa vida’ passem por nós todos os dias e não notamos porque sempre focamos nossos pensamentos em uma coisa notória. Como se, em um conto de fadas, o amor fosse aparecer e nossas vidas estariam feitas, com direito a final feliz canção e tudo mais que for de direito. Todavia se pararmos pra refletir nenhum conto de fadas é extraordinário no começo, por isso falamos ‘final feliz’ e não ‘começo feliz’.

Concluindo, não podemos deixar que a espera nos faça desistir de um grande amor, apesar de todo esse ceticismo, eu sei, que o meu (amor) está por vir – Tudo que vem fácil vai fácil.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A menina só!


Ai está ‘A menina só!’ uma pequena história (comum) sobre uma menina e o seu amor.

Era uma vez uma menina
Ela não era a mais bonita, nem a mais interessante, nem a mais inteligente...
Era apenas uma menina, !
Era uma vez um menino...
Ele era o mais bonito, o mais interessante e o mais inteligente de todos os meninos do planeta Terra. Pelo menos pra menina, só!

A menina amava aquele menino mais que tudo na vida e por ele faria qualquer coisa.
Fez-se ouvir, fez-se amiga e de qualquer maneira queria o menino só pra si.
A menina só.
O menino, no entanto, fazia pouco caso daquele amor todo.
Não sabia medir a dor do seu descaso.
Gostava da menina mas gostava de muitas outras meninas mais.
Ela não!
A menina só.
Só dele queria amor.

E o tempo foi passando, a menina ainda criança no coração, só aprendeu a amar o seu menino que amou outras dezenas de meninas, tantas e tantas sem nunca ter amado a menina só.
Ela queria só um pouco de amor, a menina queria só um pouco, a menina só.

O amor que ela tinha era grande, dava pros dois e até sobrava.
Só que amar sozinha não tinha graça e a menina aprendeu que amar só, não dava pé.
Ela então resolveu observar e observou outros meninos e gostou!
Gostou só...amor mesmo só o menino pôde ganhar!
O menino da menina ainda é o mais bonito, o mais interessante e o mais inteligente pra menina, só!
Sem amor a menina resolveu ouvir e o menino gostou de falar e a menina ouvia sempre.
E o menino resolveu sorrir e a menina gostou de olhar.
Hoje ele fala, ela ouve. Ele olha, e ela sorri. Ele canta, e ela aplaude.
E caminham sempre juntos, sempre, sempre, sempre.

O amor da menina ficou lá trás, escondido debaixo da cama, no escuro, sem ninguém por perto Tem dias que ele, o amor, fica muito só e visita a menina.
E ela chora de saudade de ver seu amor, assim tão esquecido, mas chora escondida, a menina só! Esconde a saudade e a dor do amor perdido pra que ninguém veja que mesmo olhando, sorrindo e aplaudindo ela é uma menina.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Beijo de marshmallow

E.L.: É. Então você realmente o beijou ou ‘ficou’ como dizem nessa linguagem chula de pessoas ‘teens’.

Ná: Sim, mas não diria que foi um beijo. Foi apenas um encostar de lábios com um pouco mais de movimento e de forma repetitiva.

E.L.: Como assim Natália? [pufff] Depois de tanto tempo querendo isso. Como você é complicada menina. Pensei que depois que beijasse aqueles lábios (de que falava com tanto fervor) iria se apaixonar e ser ‘feliz pra todos sempre’, – Que lábios admiráveis, devem ter gosto de marshmallow – você sempre dizia.

Ná: Por um momento pensei como tal, entretanto ele não se permitiu ser ‘o beijo de marshmallow’, por isso repito - foi apenas um encostar de lábios com um pouco mais de movimento de forma repetitiva.

E.L.: Então, foi tão ruim assim? Explique-se, como é esse tal beijo?

Ná: Não, de forma alguma foi ruim, pelo contrario foi formidável. Entretanto...
Irei explicar de uma forma resumida: um beijo por si só (a meu ver) já é uma coisa muito forte e vai além de apenas lábios ou línguas. É um encontro de sensações e sentimentos que se une por uma fração de segundo. Não somente pelo orifício bocal, também tem o envolver de braços como coadjuvante, entre outras coisas.

Essa é a forma mais simples e intensa de demonstrar o que você está sentindo no momento em apenas um gesto, um movimento. Isso sim é um beijo de verdade! Te deixa sem ar! Mesmo assim é uma pena que esse beijo dure apenas de uma forma momentânea.

Agora, meu caro, o ‘BEIJO DE MARSHMALLOW’ é um ato sublime. Vai alem do beijo de verdade, não é só um encontro de lábios, braços ou sentimentos, é um encontro de almas. Faz você perder o chão, a noção de tempo, lugar e espaço. Ele consegue concentrar todos os seus pensamentos em uma coisa só, ou melhor, faz você não pensar em nada só sentir. Você sente seus pés saírem do chão, ouve uma linda sinfonia e o mais importante: sente um arrepio. Um arrepio tão intenso como você nunca ousou imaginar, quanto mais sentir. Em resumo é isso, entendeu?

E.L.: De alguma forma compreendo o que você queira falar, porém porque o beijo dele não foi nem se quer um beijo de verdade já que foi tão formidável assim?

Ná: Porque ele não se permitiu ser, já disse.

E.L.: E como alguém se permite ser essa coisa tão intensa?

Ná: Quantas perguntas. [snff] Ta irei tentar responder sua pergunta. Quando alguém se sente confuso, ou de alguma forma encantada por outra pessoa, a vontade imediata (além de querer estar perto) é beijá-la. Correto?

E.L.: Sim, sim. Continue.

Ná: Então, esse alguém faz de tudo pra conseguir esse beijo como se fosse uma coisa mágica em sua vida, algo que valeria a pena lutar. Entretanto, se o outro não o imagina da mesma forma ou apenas pensa naquilo como mais um encostar de lábios, um passatempo, a magia se destruirá. Agora se tudo o que um sentir o outro sentir de forma igual, tudo se completa de uma forma magnífica. Não gosto muito de ser um passatempo para alguns, gosto de ser marcante.

E.L.: Que analogia mais engraçada para beijos. Se você não gosta de ser apenas um passatempo, então todos os seus beijos teriam que ser de verdade, não é?

Ná: Quem dera se pudesse ser simples assim. Sim, eu preferia que todos tivessem sido de verdade, porem nem todo mundo se permitiu ser e têm alguns que nem eu queria que fossem, confesso. Hoje, todos banalizam o beijo de uma forma tão erronia, me dá pena.

E.L.: Ora minha cara, talvez não tenha sido você que não se permitiu ser? De alguma forma, talvez, você nem tenha se dado conta de que poderia ser o beijo de alguém.

Ná: Quase sempre eu me permito ser quando eu acho que valha a pena. Confesso que talvez tenha errado de certa forma, por medo ou por orgulho.

E.L.: Medo?

Ná: É, o tal do medo. Depois eu te explico esse medo, agora tenho que me ocupar de coisas menos complicadas. Coisas da vida real.



Uma conversa intima entre mim e o meu Eu Lírico.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sunrise

Cansei do pôr-do-sol. Não agüento mais fim de tarde, coisas acabadas, saídas, embarques, despedidas, lamentos, finais, idas, tchau, "sentirei sua falta e adeus". Isso tudo me cansa.
Além disso, entristece-me o fato de ter uma saudade abafada, sufocante, daquelas que vem junto com um gosto amargo e uma desmesurada vontade de gritar. Porém, de nada adiantaria gritar - mesmo que fosse com o fôlego mais intenso -, a distancia tornaria o som e o meu esforço irrelevantes.

Por isso, agora desejo mais o nascer do sol. Quero mais dias novos, começar as coisas, entradas, desembarques, chegadas, sorrisos, começos, vindas, "oi, que bom te ver e vim pra ficar". Alegra-me pensar dessa forma, minha respiração fica mais branda e doce ainda que seja por alguns segundos de quimera. (In)felizmente a vida segue sua trilha em círculos e por trás de um belo nascer do sol, sempre haverá um pôr-do-sol e vice e versa.

sábado, 5 de julho de 2008

Ela não entende


Ela não quer o mais bonito, nem o mais inteligente e muito menos o mais forte. Não, ela não quer. Não precisa de um troféu, nem de uma enciclopédia muito menos de um guindaste ou algo to tipo. Ela quer abraços, quer palavras doces, beijos, suspiros e cafunés. Mas ela não entende. 
Não consegue perceber porque nunca é o certo, sempre tem algo de menos ou de mais. Ela não entende. Nesse vai e volta de idéias e ideais ela se confunde. Troca olhares com alguns, até se arrisca em beijar outros, mas ninguém tem o beijo de marshmallow, que só de imaginar faz suspirar pelos cantos da casa. Ela é romântica, fingi que não é porque gosta de bancar a durona. Adoraria receber flores, mas nunca ganhou. Também gosta de poemas – Vinícius, Fernando, Pablo -. Talvez o problema seja ela, mas isso fica pra depois.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

ELA só quer ELE


Uma garota sentada em frente a uma tela, já está de noite. Poderia ser uma noite mágica (mais um 12 de junho) mas pra ela não. Afinal, "quem não tem pra quem se dar os dias são iguais às noites" e todas as suas noites estão sendo de igual emoção (ou quase nenhuma emoção). Ela escuta um rock, jazz ou reggae e até arrisca um folk, entretanto não encontra nada de muito útil em letras que falam de um amor do qual ela não sente.

Ganhou presentes de um amigo, um ou dois. Ficou feliz por um tempo - E esse dia não é pra isso ?-, mas quando chegou à noite viu que eram apenas objetos, não podiam abraçar, beijar, nem falar palavras doces ao pé do ouvindo.

Isso a deixou triste (não triiiiste, apenas na emoção de sempre). A garota quer braços, boca e palavras e por mais clichê que possa parecer é isso que importa. Ela o quer. Ela tenta achar um nome, mas não consegue. Fica fantasiando cenas de amor e ódio com vários, mas nenhum se encaixa perfeitamente no bater da língua com o céu da boca ou muito menos no seu órgão que bombeia sangue. Este tá com uma falha, um buraco, tá quebrado e por isso suas emoções estão travadas. A garota só quer a peça, o play, o conjunto de letras, sílabas, palavras, braços, boca. Mas não encontra. ELA só quer ELE.

terça-feira, 15 de abril de 2008

é pura ilusão


E quando já não sabemos o que realmente nos faz feliz? E quando estamos em um labirinto de idéias e sentimentos os quais não podemos realizar? O que pode ser feito? É frustrante não saber o que fazer. (às vezes até saber, mas não poder). Neste caso talvez um pote de sorvete e muitas lagrimas não resolvam, mas amenizam em parte a angustia de ver a vida passar e estar apenas em segundo plano, como coadjuvante de um belo romance.

Talvez a culpa disso seja toda minha, de pensar que os problemas dos outros são mais fácies de solucionar que os meus. Alem disso achar que um dia alguém - assim como eu -, vai se importar um pouco com os MEUS problemas e me ajudar a solucioná-los, não que eles sejam GRANDES problemas, mas não deixam de ser problemas – é pura ilusão.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Braços Abertos




Sabe, sempre quis ter amigos de infância. Na verdade sempre tive um pouco de inveja das pessoas que têm. Não que eu não adore amizades curtas - isso seria até idiota - porque pra quem (como eu), que já mudou cinco vezes de cidade, onze de colégio e passou por nove escolas diferentes, só o que se pode ter são amizades curtas.
Entretanto, sempre quis ter um amigo de infância...

Aquele com quem possa lembrar das travessuras, brincadeiras, esconderijos secretos, linguagens estranhas, receitas de areia, grama e plantinhas coloridas. Poder sentar uma tarde inteira e ficar vendo fotos (rindo dos cortes de cabelo), vídeos e morrendo de vergonha de sempre aparecer pulando e gritando mais que todo mundo nas filmagens.
Além disso, pensar que você evoluiu com aquela pessoa, você fez parte de toda a vida dela, e ela da sua. Quase sempre brigando pelo lápis de cor (fazendo as pazes) brigando de novo pelo lado da parede, e no minuto seguinte já estarem pulando e desenhando escondidos na parede da casa da sua avó, aquela nos fundos que é branquinha e tem um jardim ao lado.


Essa segurança que um amigo de longos anos nos dá, por termos a certeza de que ele entende o que a gente quer falar apenas pelo olhar, ou pelo tom de voz. De ele saber de todos os nossos segredos e medos, e quando já não tem mais ninguém pra nos escutar, ele ta lá de braços abertos dispostos apenas a ouvir, sem reclamar nem sequer questionar (é sempre tão bom ter um abraço assim).

terça-feira, 18 de março de 2008

historia sem fim ...

O céu às vezes engana, são as cores que ele tem. Eu tinha acabado de sair de casa observei que o céu estava num tom de vermelho tão adorável, que fixei os meus olhos e comecei a pensar em certos assuntos da minha vida. Com isso (entretida com a cor do céu) não reparei na enorme poça de lama que havia pela minha frente e caí.

Naquele momento me veio uma enorme vontade de chorar, todos na rua me olhavam, uns até ousaram rir sem se preocupar com a minha dor. No mesmo instante parei, respirei e disse em voz alta – que coisa idiota foi apenas um tombo, tantas pessoas caem de forma pior e riem disso -. Levantei, fui mancando até a guarita, abri a torneira e deixei a água cair. Depois de toda a lama sair da minha pele, notei que havia sangue no meu joelho, num tom exatamente igual ao do céu. Fechei a torneira e continuei a caminhada.

Nesse desfecho evitei olhar para o céu, o tom de vermelho pra mim não era mais adorável agora tinha um gosto de sangue. Continuei a pensar. Conclui um pensamento de acordo com o que havia acabado de acontecer: é às vezes nós ficamos tão encantadas com as cores que não notamos (ou não queremos notar) a sujeira que tem por baixo, conseqüentemente acabamos nos machucando e a dor é maior do que imaginávamos.

Foi então que meio do nada (ou talvez meu inconsciente pedisse isso) me veio lembranças á cabeça. Lembranças das cores, dos momentos e por fim das sujeiras. Instantaneamente veio um gosto amargo à garganta e uma vontade enorme de sair gritando, mas de nada iria adiantar.
Nisso olhei para baixo e, como em um livro de contos, havia vários trevos de quatro folhas pequenos em um tom de verde tão sublime, que me fez sorrir por um breve minuto – é as cores não são de todo mal, afinal a culpa não é delas. Somos nós os culpados -. Aquilo pra mim, foi uma injeção de esperança. Arranquei alguns, coloquei na minha bolsa e continuei a andar com apenas um trevo na mão.

segunda-feira, 17 de março de 2008

pensamento aleatório


O amor não faz o menor sentido, ate porque ele não é pra ser compreendido e sim pra ser sentido. Não tem sentido.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Faísca


Quando entres dois ainda existe alguma interseção
É inevitável que certa emoção transpareça
E é quase impossível que uma faísca de magia
(ou briga) não aconteça.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Coisas Absurdas


A vida tem um jeito engraçado de mudar de repente, que quando a gente menos espera um turbilhão de fatos acontecem modificando nossa rotina de vida completamente. Isso acontece de uma forma tão estranha que quando paramos para perceber a dimensão dos fatos já aconteceu (já mudou tudo, não volta mais) infelizmente. Talvez por medo que isso aconteça (ou pelo medo do que possa vir) nós fazemos coisas absurdas e atrapalhadas, que pioram as coisas e fazem tudo parecer tão mais errôneo. O que temos que aprender é que a vida está em constante mudança e que nem sempre mudar significa que será pior, às vezes uma mudança inesperada é bem melhor do uma rotina desgastante.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Aceitação


É triste como as pessoas por modismo ou por pura ignorância largam sua fé (suas crenças e seus princípios) para pertencerem e serem aceito por uma sociedade que vive de futilidade e aparência (ostentando luxos ridículos), se humilham por uma ganância de poder absurda e revoltante. Essa necessidade de aceitação, talvez seja por um misto de falta de personalidade e imposição da sociedade (que tem sede de seguidores fieis de suas regras banais) favorecendo apenas uma elite consumista e artificial.

Pequenas coisas


Nós temos uma ridícula facilidade de analizar os defeitos de tudo (principalmente os dos seres humanos). Isso nos faz refletir e perguntas coisas do tipo - por que aquela pessoa é tão importante na minha vida, já que ela tem tantos defeitos?-. Essa pergunta ecoa assíduamente em nossas cabeças, mas o que não pararmos pra analisar é que nós temos vários defeitos (talvez bem piores) e mesmo assim tem pessoas que nos admiram, nos querem bem. 

Isso talvez aconteça porque o valor de uma pessoa não tenha que ser medido por defeitos e qualidades (nem por quantas línguas ou instrumentos ela consegue tocar), e sim por momentos, por pequenas atitudes que significam muita coisa, por sentimentos e coisas verdadeiras. Por isso temos que aprender a admirar as coisas pequenas e simples da vida (que tem sentimento verdadeiro) isso é uma forma de não cair na falsidade do mundo e de suas coisas grandes, porque não é o tamanho do acontecimento que importa e sim a veracidade com que ele acontece.