sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A menina só!


Ai está ‘A menina só!’ uma pequena história (comum) sobre uma menina e o seu amor.

Era uma vez uma menina
Ela não era a mais bonita, nem a mais interessante, nem a mais inteligente...
Era apenas uma menina, !
Era uma vez um menino...
Ele era o mais bonito, o mais interessante e o mais inteligente de todos os meninos do planeta Terra. Pelo menos pra menina, só!

A menina amava aquele menino mais que tudo na vida e por ele faria qualquer coisa.
Fez-se ouvir, fez-se amiga e de qualquer maneira queria o menino só pra si.
A menina só.
O menino, no entanto, fazia pouco caso daquele amor todo.
Não sabia medir a dor do seu descaso.
Gostava da menina mas gostava de muitas outras meninas mais.
Ela não!
A menina só.
Só dele queria amor.

E o tempo foi passando, a menina ainda criança no coração, só aprendeu a amar o seu menino que amou outras dezenas de meninas, tantas e tantas sem nunca ter amado a menina só.
Ela queria só um pouco de amor, a menina queria só um pouco, a menina só.

O amor que ela tinha era grande, dava pros dois e até sobrava.
Só que amar sozinha não tinha graça e a menina aprendeu que amar só, não dava pé.
Ela então resolveu observar e observou outros meninos e gostou!
Gostou só...amor mesmo só o menino pôde ganhar!
O menino da menina ainda é o mais bonito, o mais interessante e o mais inteligente pra menina, só!
Sem amor a menina resolveu ouvir e o menino gostou de falar e a menina ouvia sempre.
E o menino resolveu sorrir e a menina gostou de olhar.
Hoje ele fala, ela ouve. Ele olha, e ela sorri. Ele canta, e ela aplaude.
E caminham sempre juntos, sempre, sempre, sempre.

O amor da menina ficou lá trás, escondido debaixo da cama, no escuro, sem ninguém por perto Tem dias que ele, o amor, fica muito só e visita a menina.
E ela chora de saudade de ver seu amor, assim tão esquecido, mas chora escondida, a menina só! Esconde a saudade e a dor do amor perdido pra que ninguém veja que mesmo olhando, sorrindo e aplaudindo ela é uma menina.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Beijo de marshmallow

E.L.: É. Então você realmente o beijou ou ‘ficou’ como dizem nessa linguagem chula de pessoas ‘teens’.

Ná: Sim, mas não diria que foi um beijo. Foi apenas um encostar de lábios com um pouco mais de movimento e de forma repetitiva.

E.L.: Como assim Natália? [pufff] Depois de tanto tempo querendo isso. Como você é complicada menina. Pensei que depois que beijasse aqueles lábios (de que falava com tanto fervor) iria se apaixonar e ser ‘feliz pra todos sempre’, – Que lábios admiráveis, devem ter gosto de marshmallow – você sempre dizia.

Ná: Por um momento pensei como tal, entretanto ele não se permitiu ser ‘o beijo de marshmallow’, por isso repito - foi apenas um encostar de lábios com um pouco mais de movimento de forma repetitiva.

E.L.: Então, foi tão ruim assim? Explique-se, como é esse tal beijo?

Ná: Não, de forma alguma foi ruim, pelo contrario foi formidável. Entretanto...
Irei explicar de uma forma resumida: um beijo por si só (a meu ver) já é uma coisa muito forte e vai além de apenas lábios ou línguas. É um encontro de sensações e sentimentos que se une por uma fração de segundo. Não somente pelo orifício bocal, também tem o envolver de braços como coadjuvante, entre outras coisas.

Essa é a forma mais simples e intensa de demonstrar o que você está sentindo no momento em apenas um gesto, um movimento. Isso sim é um beijo de verdade! Te deixa sem ar! Mesmo assim é uma pena que esse beijo dure apenas de uma forma momentânea.

Agora, meu caro, o ‘BEIJO DE MARSHMALLOW’ é um ato sublime. Vai alem do beijo de verdade, não é só um encontro de lábios, braços ou sentimentos, é um encontro de almas. Faz você perder o chão, a noção de tempo, lugar e espaço. Ele consegue concentrar todos os seus pensamentos em uma coisa só, ou melhor, faz você não pensar em nada só sentir. Você sente seus pés saírem do chão, ouve uma linda sinfonia e o mais importante: sente um arrepio. Um arrepio tão intenso como você nunca ousou imaginar, quanto mais sentir. Em resumo é isso, entendeu?

E.L.: De alguma forma compreendo o que você queira falar, porém porque o beijo dele não foi nem se quer um beijo de verdade já que foi tão formidável assim?

Ná: Porque ele não se permitiu ser, já disse.

E.L.: E como alguém se permite ser essa coisa tão intensa?

Ná: Quantas perguntas. [snff] Ta irei tentar responder sua pergunta. Quando alguém se sente confuso, ou de alguma forma encantada por outra pessoa, a vontade imediata (além de querer estar perto) é beijá-la. Correto?

E.L.: Sim, sim. Continue.

Ná: Então, esse alguém faz de tudo pra conseguir esse beijo como se fosse uma coisa mágica em sua vida, algo que valeria a pena lutar. Entretanto, se o outro não o imagina da mesma forma ou apenas pensa naquilo como mais um encostar de lábios, um passatempo, a magia se destruirá. Agora se tudo o que um sentir o outro sentir de forma igual, tudo se completa de uma forma magnífica. Não gosto muito de ser um passatempo para alguns, gosto de ser marcante.

E.L.: Que analogia mais engraçada para beijos. Se você não gosta de ser apenas um passatempo, então todos os seus beijos teriam que ser de verdade, não é?

Ná: Quem dera se pudesse ser simples assim. Sim, eu preferia que todos tivessem sido de verdade, porem nem todo mundo se permitiu ser e têm alguns que nem eu queria que fossem, confesso. Hoje, todos banalizam o beijo de uma forma tão erronia, me dá pena.

E.L.: Ora minha cara, talvez não tenha sido você que não se permitiu ser? De alguma forma, talvez, você nem tenha se dado conta de que poderia ser o beijo de alguém.

Ná: Quase sempre eu me permito ser quando eu acho que valha a pena. Confesso que talvez tenha errado de certa forma, por medo ou por orgulho.

E.L.: Medo?

Ná: É, o tal do medo. Depois eu te explico esse medo, agora tenho que me ocupar de coisas menos complicadas. Coisas da vida real.



Uma conversa intima entre mim e o meu Eu Lírico.